EDIÇÃO FANTASMAGÓRICA

MAD 60 – Janeiro de 1990

Editora Record

No rastro do filme Caça-Fantasmas II, recentemente nos cinemas, a primeira edição de MAD dos anos 90 estava bem sobrenatural. Várias piadas do outro mundo, inclusive com fabulosos cartuns do Ota.

O Brasil ainda se acostumava ao seu novo presidente e em breve receberia a notícia do confisco da poupança pela ministra Zélia Cardoso de Mello. Mas as piadas proféticas daquele desastroso governo já começavam.

HERÓIS EM AÇÃO

MAD 46 – Outubro de 1988

Editora Record

No final dos anos 80 os filmes de ação estavam bombando no cinema. Stallone, Schwarzenegger, Bruce Willis e até o australiano Crocodilo Dundee estavam querendo sua glória no panteão da porrada. A MAD continuava com suas paródias, desenhadas pelos incríveis Mort Drucker e Angelo Torres. Nessa edição ocorreu até uma ironia: enquanto Rambo se aliava aos afegãos para combater o exército russo, Duck Edwing fazia piada com monstros jogando futebol americano nas torres do World Trade Center.

Também foi destaque mais uma parte da hilária campanha do Ota para vereador no Rio de Janeiro. O slogan “Chega de lorota. Vota no Ota” era muito bom. Se isso tudo acontecesse nos dias de hoje, com o poder de viralização da internet, é bem provável que ele fosse eleito.

CAIU NA REDE

MAD 157 – Julho de 2000

Editora Record

O começo do milênio foi marcado pela bolha da internet no Brasil, quando as empresas investiram pesado na web com a esperança de lucros exorbitantes em curto prazo. Todo mundo criou um site, botou seus produtos na rede, fez e-mails em contas gratuitas, etc. A bolha estourou, muita gente perdeu dinheiro, mas a internet começou a se popularizar pra valer.

Tudo era uma novidade. Do comércio eletrônico aos sites de sacanagem, passando pelas fofocas on-line das celebridades. O genial Ota contribuiu com sua visão sobre o sexo na internet e a seção de cartas já recebia também por e-mail. O mundo já havia mudado e não havia como voltar atrás.

A FLOR DO JORGE TADEU

MAD 85 - Julho de 1992

Editora Record

Pedra sobre Pedra foi uma novela de grande sucesso, em 1992. Nela, o fotógrafo Jorge Tadeu, interpretado por Fábio Jr., voltava do mundo dos mortos toda vez que alguma mulher comia uma flor de formato fálico. E aí o cara traçava a mulher. Uma conjunção carnal meio espiritual. A MAD satirizou a novela, é claro.

Outro alvo de piadas dessa edição foram os cabelos compridos, que estavam entrando na moda até entre quem não era roqueiro. Toda novela da Globo tinha um cabeludo que arrancava os suspiros da mulherada.

Pra completar, piadas com a ECO 92. Aquele encontro no Rio de Janeiro que tinha o objetivo de salvar o meio ambiente. E, como a gente está vendo hoje em dia, não serviu pra muita coisa...

A ÚLTIMA FRONTEIRA

MAD 28 - Outubro de 1976
Editora Vecchi

Nos anos 70, uma das séries de maior sucesso na TV brasileira era Star Trek (Jornada nas Estrelas). O programa já não era exibido nos EUA há anos mas, naqueles tempos pré-internet, as coisas demoravam mesmo a chegar por aqui. Então a MAD tupiniquim pegou uma capa da matriz americana com uma paródia musical estrelando a turma do Spock.

Mas o interessante mesmo dessa edição foram as críticas ao consumismo que começava a fazer parte da nossa sociedade (lembrem-se que o País vivia o “milagre econômico” da ditadura militar), com o maior acesso aos eletrodomésticos, carros e outros bens. As novelas também se transformavam em campeãs de audiência, mudando para sempre a rotina das famílias desse nosso Brasil varonil.

OS MAMONAS MORTOS-VIVOS

No início de 1996, a banda de maior sucesso no Brasil chamava-se Mamonas Assassinas. O quinteto havia vendido 2,3 milhões de cópias do seu único disco, lançado no ano anterior, quando um terrível acidente aconteceu.

Ao voltar de um show em Brasília, o avião em que viajavam bateu na Serra da Cantareira e todos morreram. Mais bizarro que isso, foi a revista MAD ter feito uma capa com a banda uma semana antes da tragédia, com uma matéria sobre o futuro do grupo. Nas bancas de jornal, as revistas noticiando o acidente dividiam espaço com a MAD sacaneando os Mamonas. Também, nessa edição, uma singela homenagem ao Bispo Macedo e sua guerra com a Globo que, já naquela época, pegava fogo na imprensa.

EU PROMETO!

Em 1989, a corrida presidencial estava na boca do povo. Só se falava disso em qualquer lugar. Afinal de contas, após 21 anos de ditadura, o Brasil iria ter eleições diretas pela primeira vez.

E os candidatos viravam popstars da noite para o dia. Todo mundo queria seus 15 minutos de fama. E muitos conseguiram, aparecendo em cadeia nacional no Horário Eleitoral Gratuito, que tinha grande audiência na época.

Na edição de novembro de 89, um mês antes das eleições, a MAD lançou um encarte especial sobre o pleito, focando os onze principais candidatos. É interessante fazer um paralelo e ver que, passados 20 anos, tirando os que já morreram (Leonel Brizola, Ulysses Guimarães, Aureliano Chaves e Mário Covas), todos continuam aprontando das suas na política brasileira.