OS MAMONAS MORTOS-VIVOS

No início de 1996, a banda de maior sucesso no Brasil chamava-se Mamonas Assassinas. O quinteto havia vendido 2,3 milhões de cópias do seu único disco, lançado no ano anterior, quando um terrível acidente aconteceu.

Ao voltar de um show em Brasília, o avião em que viajavam bateu na Serra da Cantareira e todos morreram. Mais bizarro que isso, foi a revista MAD ter feito uma capa com a banda uma semana antes da tragédia, com uma matéria sobre o futuro do grupo. Nas bancas de jornal, as revistas noticiando o acidente dividiam espaço com a MAD sacaneando os Mamonas. Também, nessa edição, uma singela homenagem ao Bispo Macedo e sua guerra com a Globo que, já naquela época, pegava fogo na imprensa.

EU PROMETO!

Em 1989, a corrida presidencial estava na boca do povo. Só se falava disso em qualquer lugar. Afinal de contas, após 21 anos de ditadura, o Brasil iria ter eleições diretas pela primeira vez.

E os candidatos viravam popstars da noite para o dia. Todo mundo queria seus 15 minutos de fama. E muitos conseguiram, aparecendo em cadeia nacional no Horário Eleitoral Gratuito, que tinha grande audiência na época.

Na edição de novembro de 89, um mês antes das eleições, a MAD lançou um encarte especial sobre o pleito, focando os onze principais candidatos. É interessante fazer um paralelo e ver que, passados 20 anos, tirando os que já morreram (Leonel Brizola, Ulysses Guimarães, Aureliano Chaves e Mário Covas), todos continuam aprontando das suas na política brasileira.

BEIJINHO, BEIJINHO, TCHAU, TCHAU!

Data estelar: 1989. Os programas infantis dominavam a TV brasileira e geravam muito lucro para as emissoras e para quaisquer empresas que vendessem produtos para as crianças.

À frente de todos, estava o Xou da Xuxa, da Rede Globo. No ar desde 1986 e capitaneado pela oniprepresente Xuxa Meneguel, o programa era líder absoluto de audiência, ditando moda entre os baixinhos. Seu concorrente direto era o Clube da Criança, da extinta TV Manchete, comandado pela ninfeta Angélica. Também havia o Show Maravilha, Clube do Bozo e Oradukapeta, com Sérgio Mallandro. E muitas outras cópias, nas emissoras menores.

E a MAD sacaneou esses programas muitas e muitas vezes, ao longo dos anos. Mas, talvez a edição mais célebre tenha sido a 59, de dezembro de 89, que trazia Xuxa e Angélica na capa, com Alfred Newman vestido de paquita. Toda a sessão de cartas foi escrita em xuxês. Impossível de ler! Parece uma previsão bizarra da forma miguxa de escrever dos adolescentes. Destaque para o Sarney (na época presidente) vestido de Bozo. Mais atual, impossível.